Cinto de segurança no ônibusDesde 1999 ônibus rodoviários devem oferecer cinto de segurança para todos os ocupantes. Alguns empresários do setor consideraram mais um custo na hora de renovar a frota. Mas foi a maior contribuição do Código de Trânsito Brasileiro (CTB) para as empresas de transporte rodoviário de passageiros reduzirem custos, embora muitos não tenham percebido. Até porque o artigo 167 do CTB considera a falta do uso do cinto infração grave com retenção do veículo, até que todos afivelem o cinto, sem falar na multa para o condutor, rara de ocorrer, normalmente paga pela empresa. Posteriormente, a ANTT publicou resolução obrigando as empresas a informarem os passageiros inclusive sobre o uso do cinto. Outras agências fizeram o mesmo. Empresas foram multadas por, eventualmente, não cumprirem as normas. Outro "custo" gerado pelo cinto. Mas existe o outro lado da moeda. Segundo informações da Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia o uso do cinto de segurança pode reduzir em até 75% o número de mortos e feridos num acidente de ônibus. Num país em que ocorrem por ano 17.000 acidentes com ônibus e microônibus nas estradas, ferindo 15.000, matando mais de 2.000 pessoas, reduzir acidentes e vítimas é um grande negócio. Primeiro porque poupar vidas justifica qualquer investimento, mas existem outros benefícios. É fácil perceber quanto representa para as empresas a redução de 75% nos gastos com hospitais, assistências às vítimas e familiares, processos e indenizações, pela redução de vítimas que o uso do cinto proporciona. Sem contar o desgaste de imagem, pois a internet tornou possível um acidente, no interior do sertão estar em poucas horas na imprensa de todo país com fotos, vídeo e o nome da empresa estampado. Apesar da obrigatoriedade do uso do cinto, previsto no CTB e recomendações para seu uso, apenas 2% dos passageiros afivelam o cinto. Em março deste ano, o tombamento de um ônibus, deixou 14 mortos e 26 feridos. Apenas o motorista, que usava cinto, saiu ileso. Passageiros foram arremessados para fora do veículo, outros projetados internamente. A carroceria ficou relativamente em boas condições. Provavelmente, se todos estivessem com cinto o número de vítimas seria muito menor. Portanto, as empresas precisam investir para que passageiros usem o cinto. Devem buscar apoio das autoridades para que alertem sobre a obrigatoriedade do seu uso. Quem não usar deve ser informado que pode causar a retenção do veículo e ser retirado do ônibus, por colocar em risco a segurança própria e dos demais, conforme prevê lei que rege o transporte. São medidas extremas, aplicadas periodicamente com apoio das autoridades, convocando a mídia para repercutir e auxiliar no processo educativo. Punir também educa. Por isso, entendemos que a multa por falta do uso do cinto, no transporte comercial, deve punir também passageiros. Ações do gênero estimulam passageiros a darem atenção às informações prestadas pelas empresas. Reduzem e até evitam vítimas, no caso de um acidente. Além de fortalecer a imagem de segurança do transporte regular, que possui frota mais nova, grande parte com cinto. Segurança tem forte apelo de marketing. É um bom negócio e pode ser um diferencial na venda de passagens. Rodolfo A. Rizzotto, Editor do site www.estradas.com.br e Coordenador do SOS - Estradas Programa de Redução de Acidentes nas Estradas. |
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